quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Em Cuba, Dilma anuncia fábrica de vidro da brasileira Fanavid


Em associação com o governo local, Fanavid deve atender o mercado de Cuba e exportar 80% de sua produção ao mercado caribenho e brasileiro.

A presidente Dilma Rousseff visita o Porto de Mariel, que deve se tornar o principal símbolo do recente processo de abertura econômica da ilha (Foto: Alejandro Ernesto/EFE).

Visando aproximar o Brasil do “ajuste” no modelo econômico cubano, a presidente Dilma Rousseff, desembarcou ontem, em Havana, Cuba, para sua primeira visita oficial à ilha.
Dilma tem encontro marcado com o presidente cubano, Raúl Castro, e quer encontrar-se também com o ex-presidente Fidel Castro, mas não abordará assuntos referentes aos direitos humanos, apesar de seus assessores afirmarem que o governo tem discutido esta delicada questão.
Por ora, o encontro deve concentrar-se no interesse brasileiro em firmar projetos de cooperação em educação, saúde e ocupar maior espaço na economia cubana.
A abertura econômica gradual de Cuba ao mercado deverá ganhar forças com o projeto brasileiro de modernização do Porto de Mariel, onde o governo local pretende instalar um polo industrial, e a perspectiva de novos projetos brasileiros no país, como a abertura de uma planta da Fanavid, fabricante brasileira de vidros de segurança.
A parceria pretende transformar o Porto de Mariel, a 40 km de Havana, em um dos maiores da América Latina. Serão investidos, em 4 anos, US$ 957 milhões, dos quais US$ 682 milhões (71%) financiados pelo BNDES.
Executada pela construtora brasileira Odebrecht e prevista para terminar em janeiro de 2013, a obra inclui uma “zona especial de desenvolvimento”, que abrigará indústrias voltadas à exportação e ao mercado cubano.
Segundo diplomatas brasileiros, além de ajudar Cuba em sua missão de “atualizar” o socialismo e diversificar suas fontes de receitas, a ampliação do porto de Mariel abrirá oportunidades de negócios para empresas brasileiras interessadas em se instalar ou expandir as operações na América Central.
A companhia brasileira Fanavid, fabricante de vidros de segurança automotivo e para construção civil, já se prepara para construir uma unidade na ilha, em associação com o governo cubano. A Fanavid deve atender o mercado local e exportar 80% de sua produção ao mercado caribenho e brasileiro.
A instalação de empresas estrangeiras em Cuba tem sido especialmente estimulada por medidas adotadas desde que Raúl Castro assumiu o poder, em 2008, e que visam reformar o modelo econômico cubano, paulatinamente abrindo-o à iniciativa privada.
Nos últimos meses, o governo também cortou subsídios, desvalorizou o CUC (peso conversível cubano), eliminou 500 mil cargos públicos, autorizou a compra e a venda de casas e permitiu a abertura de mais de 400 mil pequenos negócios.
Segundo diplomatas, os assuntos econômicos e a cooperação bilateral devem dominar a visita da presidente. Eles afirmam que Dilma não deverá fazer menções à situação dos direitos humanos na ilha.
De acordo com a BBC Brasil, a viagem da presidente ocorrerá 11 dias após a morte do opositor cubano Wilman Villar. Ele morreu em meio a uma greve de fome pela qual protestava por ter sido condenado a quatro anos de prisão.
O governo cubano, porém, disse que Vilar estava preso por ter espancado sua mulher e que ele recebeu tratamento médico adequado na prisão.
Fonte: Vidrado

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