segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Gás natural traz economia de 60% às empresas


O uso do gás natural está representando uma alternativa interessante para muitas empresas da região de Campinas para reduzir a conta de energia elétrica nos chamados horários de ponta, quando ocorre maior demanda de consumo que corresponde ao período que vai das 17h30 às 20h30. 

Segundo o gerente de Cogeração, climatização e geração da Comgás, Pedro Silva, essa geração em horário de ponta pode representar uma economia que chega a 60%. 

  "Para alguns consumidores ligados a média pressão de gás, em geral clientes comerciais e pequenas indústrias existe a tarifação de energia elétrica chamada tarifa de horário de ponta, que corresponde ao período que as pessoas chegam em casa, que em geral vai das 17h30 às 20h30. 

Nesse horário a energia chega a custar seis vezes mais do que a energia chamada horário fora de ponta, quando eu posso obter uma geração própria nessas três horas e obter esse benefício de economia", diz.

Horário de pico
Uma vez que a empresa já utiliza o gerador para economizar na conta nos horários de pico, passar a alimentar o sistema com um combustível mais barato que o diesel, por exemplo, assegura uma vantagem ainda maior. 

Só a relação entre o gás natural e o diesel já assegura uma economia de cerca de 20% aos empresários. Se comparado com o preço da energia elétrica em horário de ponta, a redução na conta fica muito mais favorável, já que o kilowatt-hora (kWh) da rede elétrica é cerca de 60% mais caro que o gerado a partir do gás natural. "É importante frisar que quem utiliza o gás natural para gerar energia fica em paralelismo com o grid elétrico, podendo utilizar a eletricidade de onde quiser e sem temer a falhas, queda e a falta do fornecimento", completa.
 
Pedro Silva disse que se uma empresa quiser ter uma competitividade full time, ou seja, uma geração própria no período todo de operação tem que migrar para a cogeração.
 
"Uma geração de ponta, seja ela a diesel ou a gás, você tem uma eficiência energética baixa. Cerca de 30% dessa energia é transformada em calor. 

O restante joga fora. A cogeração reaproveita esse calor jogado fora, então dos 30% que se tem no ciclo aberto que é só a geração, eu passo a ter de 85% a 90% de eficiência no projeto, dependendo de toda a engenharia que for fazer atendendo a demanda do empreendimento", explica Pedro Silva.
 
As empresas por sua vez têm demonstrado cada vez mais interesse nessa alternativa. Pedro Silva revelou que a Comgás tem crescido significativamente nesses últimos 4 a 5 anos com enfoque nesse tipo de aplicação de geração ou cogeração.

"A gente tem uma expectativa de ano a ano ter uma penetração maior até porque a cogeração através da eficiência energética que ela pode atingir.

 Ela é muito mais factível do ponto de vista, inclusive, para a geração de energia para a matriz energética nacional. 

O Brasil hoje cresce muito em termogeração, na termoelétrica a gás, a carvão e a óleo e muito mais a gás agora.. A eficiência num processo de cogeração chega a 85% de eficiência.

 Para uma termoelétrica ela atinge 40%, logo um versus o outro você está deixando de emitir gás de efeito estufa.

 Com a cogeração você deixa de ter investimento em transporte e em distribuição de energia porque você tem uma geração de energia dentro do próprio site", comentou.
 
Clientes industriais
 
O gerente de Cogeração, climatização e geração da Comgás, Pedro Silva, disse que entre os clientes industriais atendidos pela Comgàs com a cogeração está a Ambev, em Jaguariúna e a Basf, em Guaratinguetá.

 Pedro Silva disse que a Comgás tem aplicação, por exemplo, de ar condicionado a gás no Shopping Limeira, entre outras empresas. 

A Comgás está estudando a implantação de um data center para a região de Campinas numa geração de 20 Megawatts de energia só para cogeração a gás. 

Em Campinas, o Royal Palm Plaza Resort Campinas utiliza há dois anos, com sucesso, o gás natural para alimentar um gerador e garantir o fornecimento de energia para o estabelecimento com maior eficiência, economia e menor impacto ambiental.

 O resort campineiro, que converteu um gerador a diesel para o sistema diesel/gás natural, além de garantir economia diminuiu a emissão de poluentes com a queima do combustível fóssil.
 
Eficiência extrema

 "No Royal Palm Plaza operamos com extrema eficiência há dois anos. Foi a nossa primeira aplicação de sucesso no Brasil", destaca Roberto Barreto, gerente-comercial da WS Controles, empresa responsável pela conversão do gerador para o sistema bicombustível e parceira da Comgás na implantação do sistema no grupo hoteleiro.

 Outro ponto positivo na conversão de geradores é que o retorno financeiro ocorre rapidamente. "Clientes que utilizam motores acima de 300KVA, operando nos horários de ponta, conseguem o payback em menos de um ano e meio", ressalta Barreto.

Entre as vantagens de gerar a própria energia a partir do gás natural destaca-se o fato de que a empresa não corre o risco de uma eventual falta de combustível, uma vez que a distribuição é direta, sem o risco de interrupções.

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